Recentemente comemoramos os dezesseis anos da Lei Maria da Penha, marco fundamental no enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, responsável pela criação das medidas protetivas de urgência, dos juizados de violência doméstica e da assistência multidisciplinar às vítimas.

A Lei 11.340/2006 definiu a violência contra a mulher como crime, representando o resultado da luta das mulheres e indicando a responsabilidade do Estado com relação ao combate à violência doméstica no país. Com o advento da Lei, entendeu-se que uma mulher vítima de violência doméstica no Brasil, necessita além de segurança, de assistência social, psicológica, jurídica e principalmente, de autonomia emocional e econômica.

A Lei Maria da Penha é um excelente exemplo de como a política está em absolutamente tudo que nos cerca, uma vez que tal Lei foi criada em 2006 por uma deputada, ou seja, graças a presença de uma mulher no parlamento, importante ressaltar: mulher esta que defende o direito de outra mulher, que não reproduz a lógica do patriarcado, que reconhece a importância dos nossos direitos.

Estamos em ano eleitoral, daqui a um mês iremos às urnas exercer o nosso direito constitucional de voto, também conquistado com muita luta ao longo dos anos e concretizado em 1932 a partir do Código Eleitoral, por isso, é válido ressaltar que não é suficiente votar em mulheres mas sobretudo, precisamos eleger mulheres que compreendam as nossas causas, priorizem as nossas pautas e não ignorem os tentáculos do machismo presentes nos setores públicos e privados.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, estimados a partir das eleições de 2018, com base na quantidade de abstenções e dos votos brancos e nulos, o número de abstenções de votos femininos pode ter sido o dobro comparado aos votos masculinos, sendo assim, é possível que metade das mulheres no Nordeste e Sudeste não tenham ido às urnas.

O dado é alarmante, especialmente quando contraposto com o fato de que as mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro (dados da Justiça Eleitoral).

Vamos participar das eleições de 2022, mulheres! Precisamos usar a nossa voz, afinal, só nós sabemos o que é melhor para a gente.

Mulher, você pode mudar esse cenário! Você decide!

Fonte: https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2018/Marco/mulheres-representam-52-do-eleitorado-brasileiro