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São necessárias políticas públicas feministas

#Direito da Mulher#Direitos Humanos

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Segundo pesquisa a respeito das percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e práticas, realizada em setembro de 2022, por meio do IPEC (Instituto Patrícia Galvão) em parceria com a Uber, 4 em cada 10 mulheres já sofreram importunação sexual e vivenciaram situações de controle e violência doméstica, porém o que é preciso destacar é que poucos homens admitem a prática.

De acordo com o estudo mencionado, 45% das mulheres relataram que tiveram o corpo tocado sem seu consentimento em local público, 41% declararam que foram xingadas ou agredidas por falarem “não” a uma pessoa que estava interessada nelas, enquanto que 32% das mulheres afirmaram que passaram por situação de assédio sexual/importunação no transporte público, e por fim, 31% das mulheres confirmaram ter sofrido tentativa de abuso sexual.

O curioso é que diante de todos esses dados, apenas e tão somente 5% dos homens assumem ter tocado o corpo de uma pessoa sem o seu consentimento em público e um total de zero homens admite já ter praticado assédio sexual/importunação em transportes públicos.

A pesquisa tem como finalidade entender e analisar as experiências e concepções do povo brasileiro sobre o aparato à violência, práticas invasivas e de controle e situações de importunação, perseguição, assédio sexual e violência doméstica. O estudo foi realizado da seguinte maneira: através do telefone, foram entrevistadas 1200 pessoas, em todo o território nacional, sendo 800 homens e 400 mulheres, com 16 anos ou mais , entre 21 de julho e 1º de agosto de 2022, apresentando a margem de erro de 3 pontos percentuais.

O estudo também revela que os relatos de agressões físicas e verbais das mulheres, tendem para procedimentos conflitivos nas relações afetivas, tendo o ciúme como o grande estopim, onde afeto e posse se embaralham em parcela considerável dos relacionamentos amorosos, ficando nítido, por meio da pesquisa, que ao término de uma relação, controle, perseguição e calúnia são as agressões mais relatadas e 34% das mulheres afirmaram terem sido obrigadas, após o fim do relacionamento, a bloquear contato, mudar de telefone e a registrar boletim de ocorrência.

Com a pesquisa, fica claro que é necessária uma consciência crítica e urgente a respeito de políticas públicas feministas, em conjunto com a esfera judicial aplicada de maneira eficaz e levando em consideração todos esses dados coletados por meio deste grande estudo.

 

? Fonte: Agência Patrícia Galvão | Agência Patrícia Galvão (agenciapatriciagalvao.org.br)

https://agenciapatriciagalvao.org.br/wp-content/uploads/2022/09/2022_IPG_Ipec_Pesquisa-Percepcoes-sobre-controle-assedio-e-violenci-domestica-vivencis-e-praticas.pdf

Escrito por:

Jessica Velasco

Advogada, mas não só.