Tempo de leitura: 12 MIN

MÃES PREPARADAS E A INFLUÊNCIA DOCUMENTAL NA PENSÃO ALIMENTÍCIA

#Direito Constitucional#Direito da Criança e do Adolescente#Direito da Mulher#Direito de Família#Empoderamento

Compartilhar:

A Importância da Planilha de Gastos na Definição da Pensão Alimentícia: Uma Perspectiva Jurídica

Como advogada especializada em direito de família, tenho observado uma questão recorrente que merece atenção: a negligência no gerenciamento e controle adequado dos gastos relacionados aos filhos, especialmente no que diz respeito à documentação essencial para solicitar uma pensão alimentícia. Este é um aspecto crucial que, infelizmente, muitas vezes é subestimado, mas que desempenha um papel significativo nas decisões judiciais sobre pensões alimentares.

Desafios na Documentação de Gastos:

É compreensível que, ao lidar com casos de pensão alimentícia, em meio às complexidades da vida pós-divórcio, as mães possam se sentir perdidas e sobrecarregadas, mostrando despreparo e até uma inadvertida desconsideração pela documentação essencial relacionado aos gastos dos filhos. Desde despesas simples, como compras na padaria, até itens mais substanciais, como notas fiscais de supermercados, farmácia, gasolina, transporte, mensalidades escolares, moradia, água, luz, netflix, livros, lazer, vestuários e despesas médicas, é fundamental que todos esses gastos sejam registrados de maneira clara e transparente.

Portanto, encorajo enfaticamente todas as mães a considerarem a relevância vital deste aspecto e a dedicarem um tempo para manter registros precisos das despesas relacionadas aos filhos.

O Papel da Documentação na Decisão Judicial:

A falta de consciência sobre como esses registros impactam diretamente no cálculo da pensão alimentícia é notável. Muitas vezes, as mães não percebem que a ausência de documentos pode resultar em um valor fixado que não reflete adequadamente as necessidades reais da criança. O juiz, ao tomar sua decisão, busca garantir que a quantia estipulada atenda de maneira justa e proporcional às necessidades financeiras do filho.

Na minha prática jurídica, constatei que a elaboração cuidadosa de uma planilha de gastos, aliada à retenção de documentos comprovativos, são elementos cruciais para respaldar um pedido de pensão alimentícia. Isso não apenas fortalece a posição legal da parte requerente, mas também proporciona consistência para a visão do juiz ao julgar a fixação de alimentos.

Consequências da Falta de Documentação:

A ausência de comprovação documental pode prejudicar a credibilidade do pedido, levando a decisões desfavoráveis e interpretações equivocadas por parte do juiz.

Itens essenciais, como despesas médicas, transportes, vestuários, entre outros, podem não ser especificamente reconhecidos por falta de consistência documental.

Deste modo, a falta de documentação pode comprometer a eficácia da proteção dos direitos da criança, já que o juiz pode ter dificuldade em determinar a contribuição financeira adequada para as necessidades fundamentais, como educação, saúde, segurança e bem-estar.

Orientação e Conscientização:

Como profissional comprometida com a justiça e o bem-estar das crianças, destaco a importância da orientação às mães nesse processo. A conscientização sobre a necessidade de documentar cada gasto, seja ele grande ou pequeno, é fundamental para assegurar que a pensão alimentícia seja estabelecida de forma justa e precisa.

Conclusão:

Assim sendo, a documentação adequada dos gastos dos filhos é um pilar essencial na determinação da pensão alimentícia.  É imperativo que a mãe compreenda que o empenho, organização e a transparência nesse processo não apenas fortalece sua posição perante o tribunal, mas, acima de tudo, garante que a criança receba o suporte financeiro mais adequado possível frente às suas demandas.

Por meio da conscientização e do correto registro de despesas, podemos contribuir para um sistema mais justo e eficiente, que coloque sempre os interesses da criança em primeiro lugar, bem como que considere todas as variáveis ​​relevantes para o bem-estar da criança.

Hoje, exploraremos como essa colaboração dinâmica entre mães e advogados pode ser um catalisador para o bem-estar infantil, elevando o padrão de excelência nas ações de alimentos.

Ao conscientizar mães sobre a necessidade de documentar os gastos cotidianos, estamos preparando o terreno para uma decisão judicial mais justa e equitativa. Este é um ato de empoderamento, onde cada recibo, nota fiscal e registro de despesa se tornam instrumentos não apenas de reivindicação, mas de garantia de um futuro sólido para os filhos.

Esta colaboração vai além da busca por uma pensão justa; é uma declaração de compromisso com o bem-estar das crianças. Os advogados não são apenas defensores legais, mas parceiros na missão de assegurar que cada necessidade, desde a mais simples até a mais essencial, seja atendida.

 

 

Precisa de uma advogada? Encontre uma próxima a você na nossa página inicial.

 

Escrito por:

ELISA SILVINO

Lutando ao lado de mulheres e filhos contra homens abusivos e defendendo a garantia de um parto respeitoso e inclusivo