Tempo de leitura: 16 MIN
O projeto Nossa Voz busca dar visibilidade à mulher preta empreendedora da periferia, através de uma série de 10 episódios, que em breve estarão disponíveis nas plataformas digitais, e mostrará a história real de quem teve que construir um negócio do zero e hoje consegue viver com o próprio dinheiro que gera. Desde sempre quem é de periferia tem que se virar pra sobreviver. O empreendedorismo na quebrada nasce da necessidade.
Segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2020, 55% das mulheres brasileiras decidiram iniciar seus próprios negócios por necessidade de obter renda. A mesma pesquisa mostra ainda que mulheres são 70% dos autônomos no Brasil. A igualdade ainda é uma utopia para mulheres, elas ainda estão sobrecarregadas com o trabalho e o acúmulo de tarefas domésticas.
Alguém uma vez disse: “Se quiser trabalhar é só correr atrás. Tem uma loja no shopping que está sempre buscando por vendedoras…”. Você acredita mesmo que a mulher preta de periferia vai conseguir esse emprego? Em um shopping que ela sequer consegue entrar. Existe a vaga, mas não existe a oportunidade para quem é da periferia. E é aqui que nasce uma empreendedora, a economia criativa GRITA em cada negócio de favela que começa sem investimento.
De onde vem esse conhecimento? Como empreender na favela? O conhecimento vem da vida — e elas têm que aprender desde cedo a usar seus talentos em prol da renda.
Sabe cozinhar? Começa fazendo bolos por encomenda.
Sabe cuidar dos cabelos? Corta cabelo na casa das clientes.
Gosta de moda? Abre um bazar.
E por que é tão difícil chamar essas mulheres de empreendedoras? Como se a palavra fosse “chique” demais pra favela, não é?!
Segundo o dicionário:
Empreendedorismo:
“Capacidade de projetar novos negócios ou de idealizar transformações inovadoras ou arriscadas em companhias ou empresas.
Vocação, aptidão ou habilidade de desconstruir, de gerenciar e de desenvolver projetos, atividades ou negócios.”
Realmente, talvez a palavra empreendedorismo seja pequena demais para o efeito dessas mulheres.
A quebrada também cria. Escute elas, escute a favela, escute NOSSA VOZ.
Esse projeto busca dar visibilidade à mulher preta empreendedora da periferia. A série de 10 episódios mostrará a história real de quem teve que construir um negócio do zero e hoje consegue viver com o próprio dinheiro que gera.
Sucesso não é só capa da Forbes.
Sucesso é colocar pão na mesa, empreendendo como pode.
Siga o instagram @nossavoz.podcast
Clique aqui para ouvir Nossa Voz.
Escrito por: