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5 mitos sobre violência contra a mulher para você parar de reproduzir AGORA!

#Direito da Mulher

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Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no último ano, 673 mulheres se deslocaram diariamente até uma delegacia de polícia para denunciar episódios de violência doméstica.

Ainda assim, no 5º país que mais mata mulheres no mundo, é comum nos depararmos com mitos perpetuam a desinformação e atrapalham o combate e a prevenção à violência de gênero.

Desde as frases “em briga de marido e mulher não se mete a colher” até o absurdo “tem mulher que gosta de apanhar”, estes são alguns MITOS comumente reproduzidos no que tange à violência contra a mulher:

1. “Em briga de marido e mulher não se mete a colher” ou “Roupa suja se lava em casa”:

A violência contra a mulher é um problema social e coletivo, na medida que impacta a economia do país e absorve recursos e esforços substanciais tanto do Estado quanto do setor privado (por ex.: aposentadorias precoces, pensões por morte, auxílios-doença, afastamentos do trabalho etc.).

Além disso, é responsabilidade da família, da sociedade e do Poder Público assegurar às mulheres o livre exercício dos seus direitos, de modo que omitir-se perante uma prática violenta é ser condescendente e legitimar a violência num contexto cultural machista e patriarcal.

2. “Tem mulher que gosta de apanhar”.

Nenhuma pessoa (homem ou mulher) “gosta de apanhar”. As razões de permanência em um relacionamento violento são complexas (medo, vergonha, filhos em comum, dependência financeira etc.) e, geralmente, a vítima passa muito tempo tentando evitar a violência para assegurar sua própria proteção e a de seus filhos.

Além disso, o agressor não é violento 24 horas por dia. Ele também proporciona momentos de felicidade no relacionamento e muitas vezes demonstra arrependimento depois de agredir a vítima, o que, aliado a sentimentos de impotência, solidão e isolamento, torna ainda mais difícil para a vítima romper o ciclo da violência.

3. A violência doméstica só acontece em famílias de baixa renda e/ou instrução.

Ainda que seja mais comum em determinados grupos sociais, a violência doméstica é um fenômeno que não se restringe a determinada classe econômica ou grau de escolaridade. Pelo contrário, diariamente nos deparamos com notícias de mulheres ricas, instruídas e bem-sucedidas que foram violentadas por seus parceiros.

4. Estatisticamente morrem mais homens do que mulheres no Brasil.

O contexto das mortes de homens e mulheres é diferente. A violência sofrida por homens acontece em sua maioria em espaços públicos e é geralmente praticada por pessoas desconhecidas (brigas no trânsito, assaltos ou violência causada pelo abuso de álcool e/ou drogas), ao passo que a maior parte dos feminicídios acontecem dentro de casa, pelos parceiros ou ex-parceiros das vítimas.

5. O crime de feminicídio é inevitável.

O feminicídio é a última etapa de um processo de agravamento de outros tipos de violência e, em grande parte dos casos, familiares ou amigos das vítimas já haviam presenciado outros tipos de agressões (físicas, morais ou psicológicas).

Por conta disso, o crime de feminicídio pode ser evitado pela implementação de políticas públicas de enfrentamento e prevenção à violência contra a mulher.

 

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Escrito por:

Mariana Rieping

Advogada especialista em Direito Criminal e Direito das Mulheres